Meralgia Parestésica
Incidência
4.3/10,000 pessoas por ano e em maior número entre pessoas que sofrem de síndrome do túnel carpal (sugerindo uma predisposição a pinçamento do nervo) e durante a gravidez.
Causas
A parestesia pode ocorrer devido a vários fatores, entre eles:
FATORES MECÂNICOS
Roupa apertada, cintos, obesidade e gravidez
DESORDENS QUE AFETAM O SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Derrame e ataque isquêmico transiente (mini-derrames), esclerose múltipla, mielite transversa e encefalite. Um tumor ou lesão vascular pressionando contra o cérebro ou cordão espinhal também pode causar parestesia.
SÍNDROMES EM QUE HÁ PINÇAMENTO DO NERVO
Síndrome do túnel carpal, em que nervos periféricos podem ficar danificados e causar parestesia acompanhada de dor.
TRAUMA
Pós-cirúrgico do quadril, da região abdominal e inguinal; relacionado a plexopatia devido a hemorragia; lesões musculares ou traumatismos repetitivos.
Sintomas
Dormência (anestesia), formigamento, picadas ou coceira de forma intermitente. Também é comum queimação, ou frio, na superfície anterolateral da coxa (frente e lado), desde o quadril até o joelho, resultante da compressão do nervo cutâneo femoral lateral; dor recorrente frequente, às vezes sentida como uma dor muscular profunda. Pode haver perda de pelos no local e posição pode agravar os sintomas.
Os sintomas podem piorar quando se estende o quadril e pacientes podem sentir dificuldades para ficar ereto em pé e para dormir. Em algumas pessoas, ficar sentado pode agravar o quadro, enquanto em outras não tem o mesmo efeito.
É comum a queixa de dor secundária no quadril, joelho e panturrilha, uma vez que a pessoa faz uma compensação durante as atividades na tentativa de minimizar os sintomas.
Frequentemente pacientes são tratados por patologias do quadril, da coluna ou da virilha antes de ser diagnosticada corretamente. Pacientes podem até achar difícil descrever seus sintomas e começar a achar que estão sofrendo de algum problema psiquiátrico.¹
Em geral os sintomas são intermitentes, mas recorrem com frequência.
Diagnóstico
Seu médico fará um levantamento do seu histórico médico e lhe examinará, pedindo que descreva sua dor e que assinale a localização exata da região dolorosa na sua perna. Poderá também recomendar exames de imagens como radiografia (raio-X), do quadril e região pélvica, eletromiografia (EMG) e eletromioneurografia para excluir a possibilidade de outras patologias caso o diagnóstico não seja claro.
Fonte: www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1421141/
Tratamento
O primeiro passo é a remoção da causa da compressão. Na maioria dos casos o manejo é feito por tratamento conservador, que proporciona alívio dos sintomas e consiste de:
– fisioterapia
– acupuntura
– redução de peso para diminuir circunferência abdominal
– uso de roupas folgadas
– fármacos: analgésicos, anti-inflamatórios não-hormonais, pregabalina (Lyrica).
Na gravidez, o tratamento deve ser conservador, pois a sintomatologia tende a desaparecer após o parto.
Quando a condição se torna crônica e não responde ao tratamento conservador, o próximo degrau de tratamento é com fármacos mais fortes com efeitos de redução de peso:
– antidepressivos tricíclicos
– anticonvulsivantes
E, quando estes não resolvem, o tratamento intervencionista minimamente invasivo é indicado.
– Agulhamento seco dos trigger points (pontos-gatilho)que podem estar causando compressão no nervo
– Bloqueio diagnóstico utilizando anestésicos locais fornecem alívio temporário.
– Radiofrequência pulsada no nervo cutâneo lateral da coxa.
– Bloqueio anestésico com corticosteróides (antiinflamatórios) – o plano de tratamento prevê bloqueios repetidos em dias alternados.
E se tudo falhar, no último degrau de tratamento, ainda há cirurgia de:
– Descompressão local do nervo com neurólise
Lembrem-se que toda patologia diagnosticada e tratado no início tem maior chance de ser controlado.
Referência
¹https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1421141/.